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Na última semana, os mercados globais foram guiados por três acontecimentos principais que definiram o tom do apetite por risco:
Tudo isso ocorreu em um contexto atípico, marcado pelo fechamento parcial do governo norte-americano, que já dura um mês e tem afetado não apenas a confiança dos mercados, mas também a capacidade do próprio Fed de avaliar a saúde econômica do país.
A ausência prolongada de dados oficiais limita a visibilidade sobre o comportamento do consumo, do mercado de trabalho e da inflação — fatores fundamentais para a condução da política monetária dos EUA.
O anúncio de que Washington e Pequim alcançaram uma espécie de trégua comercial deu o primeiro impulso positivo da semana.
A expectativa de uma moderação nas tensões entre as duas maiores economias do mundo reduziu a incerteza que vinha pesando sobre as perspectivas globais e permitiu uma recuperação moderada no apetite por risco.
As bolsas reagiram em alta, e as commodities industriais se beneficiaram da melhora nas expectativas de crescimento, em um contexto em que os investidores começam a precificar um cenário mais construtivo para o comércio internacional.
O evento mais relevante da semana foi a reunião do Federal Reserve, que decidiu cortar a taxa básica de juros em 25 pontos-base, levando-a para o intervalo de 3,75% a 4,00%.
Embora a decisão tenha ficado em linha com o consenso de mercado, ela ocorreu em circunstâncias excepcionais: a falta de informações devido ao fechamento do governo obrigou o Fed a operar parcialmente às cegas, sem acesso a indicadores essenciais.
O presidente Jerome Powell reconheceu que, embora o índice de preços ao consumidor de setembro tenha mostrado uma inflação estável em torno de 3%, a ausência de dados sobre preços ao produtor e o mercado de trabalho impede uma leitura completa sobre a dinâmica inflacionária e de emprego.
Os comentários de Powell foram interpretados como cautelosos, reforçando a ideia de que os próximos passos da política monetária dependerão estritamente dos dados, assim que forem novamente divulgados.
O comunicado pós-reunião revelou divergências internas dentro do Comitê:
Essa falta de consenso, somada à advertência de Powell de que um novo corte em dezembro “está longe de ser uma conclusão inevitável”, levou o mercado a moderar suas expectativas.
A probabilidade implícita de um novo corte caiu de cerca de 90% para 68%, embora o mercado ainda espere que o ciclo de flexibilização continue até março de 2026, com reduções acumuladas que poderiam levar a taxa a níveis próximos de 3%.
A reação foi imediata: a parte curta da curva de juros nos EUA subiu cerca de nove pontos-base na semana, refletindo uma reavaliação do rumo da política monetária.
Em paralelo, o dólar se valorizou aproximadamente 1%, impulsionado pelo tom menos expansionista do Fed, enquanto o ouro caiu 2,7%, pressionado pela força da moeda americana e pelos rendimentos mais altos.
Apesar da volatilidade inicial nas taxas e moedas, as ações norte-americanas encerraram a semana em território positivo.
O S&P 500 avançou 0,7%, enquanto o Nasdaq subiu 2%, impulsionado principalmente pelos resultados do setor de tecnologia.
As “Sete Magníficas” continuam ditando o ritmo
A atenção voltou a se concentrar nas chamadas “Sete Magníficas”, que seguem como o principal motor do mercado acionário.
Essa combinação de resultados sólidos e perspectivas de aumento de gastos levou a um comportamento misto no setor tecnológico, que continua sendo o motor de Wall Street — mas também uma fonte crescente de volatilidade.
No geral, os resultados corporativos deixaram um balanço misto.
Por um lado, a narrativa da inteligência artificial continua sendo o principal motor do mercado acionário.
Por outro, começam a surgir questionamentos sobre a sustentabilidade dessa tendência, diante do aumento de custos e da concentração dos ganhos em um grupo reduzido de empresas.
A amplitude do mercado vem diminuindo, e embora o setor de tecnologia siga liderando, a falta de diversificação entre os vetores de alta pode ampliar a volatilidade nas próximas semanas.
A resiliência da economia norte-americana continua notável, apesar do aperto monetário dos últimos trimestres, mas as margens corporativas começam a mostrar sinais de moderação — especialmente nos setores mais sensíveis aos juros.
Em resumo, a semana reafirmou que a política monetária do Fed segue totalmente dependente dos dados, e que, enquanto o fechamento do governo limitar a visibilidade econômica, as movimentações em juros, moedas e ações poderão continuar altamente voláteis.
O ciclo de investimento em inteligência artificial segue dominando a narrativa dos mercados, embora com maior cautela. Os investidores continuam premiando as grandes empresas de tecnologia, mas o debate agora se concentra na capacidade de converter esses gastos em rentabilidade sustentável.
Os investidores seguirão atentos à evolução da temporada de balanços corporativos nos EUA, com empresas como Warner Bros, AMD e Qualcomm divulgando seus resultados.
Além disso, o fechamento parcial do governo norte-americano continuará impactando a divulgação de dados-chave, incluindo o relatório de empregos de outubro (Payroll) e possivelmente as atas da última reunião do FOMC, que podem ser adiadas caso a situação administrativa não seja resolvida.
Por isso, os dados de emprego ADP ganharão destaque como uma das poucas referências disponíveis para avaliar a saúde do mercado de trabalho.
O ouro manteve-se dentro do canal lateral entre US$ 3.941 e US$ 4.056, enquanto a moderação das expectativas de cortes pelo Fed até dezembro limitou os ganhos do metal.
No entanto, os indicadores de tendência, como o MACD, sugerem que a pressão de baixa está perdendo força, o que pode antecipar uma reversão gradual.

O dólar americano permaneceu em alta após a reunião do Fed, rompendo a parte superior do canal lateral formado desde meados de junho.
O preço segue respeitando a linha de tendência de alta, e o próximo nível crítico está em torno de 100,245, onde pode consolidar antes de um novo impulso.

O euro rompeu a parte inferior do canal lateral iniciado em meados de julho, após a mensagem menos expansionista do Fed.
Os próximos suportes estão em 1,1461 e 1,1380, enquanto as resistências mais próximas se situam em torno de 1,1620.


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