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Os mercados financeiros iniciaram a nova semana com um motor macro claro, em que o otimismo diante da iminente resolução do fechamento de governo mais longo da história dos Estados Unidos marcou o tom em todos os ativos, reacendendo o apetite por risco e a confiança de que o retorno dos dados oficiais permitirá esclarecer o rumo da política monetária do Federal Reserve. Mesmo com o mercado de títulos do Tesouro fechado pelo feriado do Dia dos Veteranos, as ações e os futuros interpretaram a aprovação no Senado de um projeto de financiamento temporário — com apoio bipartidário e respaldo da Casa Branca — como um sinal quase definitivo de que o fechamento está prestes a terminar. Para os investidores, o foco não está apenas na alta de curto prazo, mas no que a reabertura implica para o ciclo macro: a retomada de publicações-chave, maior visibilidade sobre inflação e emprego e uma melhor calibração da função de reação do Fed.
Por enquanto, o mercado tem preenchido o vazio de informações oficiais com indicadores privados que apontam para uma desaceleração moderada da economia. De fato, novos dados divulgados pelo instituto ADP mostraram a destruição de 11.250 postos de trabalho na segunda metade de outubro, contrastando com o dado reportado na semana passada, que indicava uma criação modesta de empregos, sugerindo uma demanda laboral mais fraca. Isso mantém vivas as expectativas de um corte de juros em dezembro e fortalece a narrativa de um “pouso suave”, permitindo que títulos e ações avancem simultaneamente. A história também apoia esse padrão: o S&P 500 tende a subir cerca de 2% no mês seguinte à reabertura de um fechamento parcial do governo, o que explica o tom otimista com que os investidores enfrentam o fim do episódio, antecipando que o fluxo de gastos públicos e a normalização dos dados podem impulsionar o crescimento e a liquidez no curto prazo.
Ao mesmo tempo, o sentimento corporativo melhorou significativamente. As menções a “desaceleração” ou “recessão” nas conferências de resultados empresariais estão nos níveis mais baixos desde 2007, um contraste marcante com a cautela refletida nas avaliações. Esse otimismo ajudou a sustentar a narrativa altista de fim de ano, embora com seletividade crescente entre empresas com lucros sólidos e aquelas apoiadas apenas em expectativas. Embora o desempenho favorável do S&P 500 tenha sido generalizado — com cerca de 68% das ações em alta e a maioria dos setores exibindo retorno positivo —, a venda total da participação da SoftBank na Nvidia por US$ 5,8 bilhões, com o objetivo de financiar novas apostas em inteligência artificial, gerou realização de lucros no setor tecnológico e lembrou que até mesmo temas estruturais podem ser afetados por dinâmicas de posicionamento. A história de fundo é clara: a inteligência artificial continua sendo um motor de crescimento secular, mas a excessiva concentração em poucos gigantes tecnológicos deixa o mercado vulnerável a episódios de volatilidade.
No plano macro, a liquidez continua abundante, apoiada por expectativas de flexibilização monetária e inflação contida. Os futuros do Tesouro subiram em uma sessão de baixo volume e o dólar perdeu força, em linha com as apostas de um viés mais dovish do Fed assim que a publicação dos dados se normalizar. O ouro se beneficiou desse ambiente — com rendimentos reais em queda, compras sustentadas por bancos centrais e busca por proteção diante da possibilidade de crescimento mais fraco —, enquanto o petróleo permaneceu em faixa estreita, preso entre a gestão prudente da oferta pela OPEP+ e sinais de demanda mais moderada. A menos que surja um novo choque geopolítico, a energia dificilmente liderará uma nova onda inflacionária.
No universo cripto, a fadiga continua evidente após a forte correção de outubro. A incapacidade do Bitcoin de recuperar terreno confirma que esse mercado opera cada vez mais com sua própria dinâmica interna de liquidez, desvinculada dos demais ativos de risco. No mercado cambial, a fraqueza do dólar permitiu algum alívio para moedas de maior beta e aquelas com carry atrativo, embora esse movimento possa se reverter rapidamente se os próximos dados oficiais contradizerem a suavidade refletida pelas pesquisas privadas.
Na América Latina, os ativos replicaram o tom global, embora com nuances locais. No México, o Banco do México deixou aberta a possibilidade de um novo corte de 25 pontos-base em dezembro, o que mantém o peso em equilíbrio entre um carry ainda atrativo e a possibilidade de diferenciais mais estreitos caso o ciclo global de cortes se acelere. No Chile, os preços do cobre continuaram apoiando os ativos locais, com o peso chileno mostrando força, também sustentado pela fraqueza do dólar. Na Colômbia, a combinação de petróleo estável e um banco central que deve manter as taxas inalteradas deixou o peso colombiano dependente do tom externo e da evolução do apetite global por risco.
Mais uma vez, teremos um dia com fluxo limitado de notícias macroeconômicas dos EUA, de modo que a atenção dos investidores se concentrará nos comentários de seis conselheiros do Fed que participarão de diversos eventos ao longo do dia. Na América Latina, serão divulgados os dados de confiança do consumidor de outubro na Colômbia, enquanto na Argentina serão publicadas as cifras de inflação referentes a outubro.
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