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O rali de Wall Street, que vinha desde a correção de abril, mostrou sinais de esgotamento durante a sessão de ontem, em um ambiente em que os investidores seguem em busca de novos catalisadores diante de uma inflação mais persistente do que o esperado e sinais de moderação no mercado de trabalho. A isso se somaram os comentários do presidente do Fed, alertando que os ativos parecem “bastante caros”, o que esfriou o apetite dos investidores em continuar perseguindo a onda de otimismo liderada pela inteligência artificial. Na prática, o mercado interpretou as palavras de Powell como sinal de uma trajetória de juros mais lenta e muito dependente dos dados, em vez de uma política monetária que se tornaria rapidamente expansionista — situação que reforçou a cautela e deu suporte ao dólar.
Quanto aos dados macroeconômicos, o setor imobiliário surpreendeu positivamente com um aumento nas vendas de novas casas em agosto, favorecido por taxas hipotecárias um pouco mais baixas. Embora o dado seja positivo para a atividade, esse repique é visto como obstáculo adicional a um ciclo de cortes mais agressivos, configurando o típico caso de “boas notícias” que acabam sendo “más notícias” para um mercado que já precificava um ritmo de flexibilização mais rápido. As taxas dos Treasuries refletiram o sinal com cautela, levando o trecho longo da curva a subir cerca de 4 pb na sessão de ontem.
Nas commodities, o petróleo se manteve firme em meio às tensões de oferta: os estoques nos EUA voltaram a cair e a retomada das exportações em certas regiões do Iraque sofreu atrasos, fatores que mantiveram o mercado sensível a qualquer disrupção marginal, apesar de sinais mistos do lado da demanda. O ouro, por outro lado, recuou das máximas históricas em linha com um dólar mais estável e taxas em alta, ainda que seu impulso de médio prazo siga ancorado em juros reais menores e riscos políticos latentes.
Na América Latina, a dinâmica global também se fez sentir. No México, o peso se enfraqueceu, apesar de a inflação da primeira quinzena de setembro ter subido levemente e estar próxima do limite superior de tolerância do Banxico. Embora isso não implique mudança na expectativa de corte de 25 pb na reunião de hoje, é um lembrete de que o processo de desinflação não é linear, mantendo vivo o debate sobre o tom que a autoridade adotará nos próximos meses.
No Chile, o câmbio se moveu em função de fatores globais, com o CLP superando os $950 impulsionado pelo repique do DXY, embora o cobre tenha se fortalecido devido a interrupções de oferta depois que a Freeport-McMoRan declarou o fechamento parcial de uma de suas minas mais relevantes. Esse suporte nos termos de troca compensa em parte a pressão cambial de curto prazo, enquanto a política monetária local se mantém em modo cauteloso.
Em perspectiva, os fatores de ontem parecem mais cíclicos do que estruturais. Um Powell reafirmando a ideia de normalização lenta, um dado imobiliário mais sólido do que o temido e um petróleo sustentado por choques de oferta configuram um ambiente de apetite por risco de forma seletiva e dependente de fatores pontuais. Enquanto não houver surpresa significativa no próximo dado de inflação nos EUA, a narrativa de curto prazo permanece: dólar mais forte com retórica cautelosa do Fed, renda variável volátil com rotações entre defensivos, energia e beneficiários do boom de IA, ouro apoiado por quedas nos juros reais e moedas latino-americanas operando na linha tênue entre as trajetórias de política monetária local e o pulso do dólar global.
Para a sessão de hoje, os investidores estarão atentos à publicação da terceira revisão do PIB do 2T25 nos EUA, para a qual se espera avanço de 3,3%. Além disso, os dados de pedidos de bens duráveis de agosto estarão no radar do mercado, com expectativa de queda em torno de 0,3% em relação ao mês anterior. Também falarão diversos dirigentes do Fed durante o dia, entre eles Michelle Bowman, John Williams e Stephen Miran, de quem se espera mais detalhes sobre o motivo de ter optado por um corte de maior magnitude (50 pb) na última reunião do Fed.
Na América Latina, as atenções estarão voltadas para a reunião de política monetária do Banxico, onde, embora já esteja precificado um corte de 25 pb, o foco estará no tom e no viés da autoridade em relação a futuros ajustes da taxa básica. Vale lembrar que, nas últimas reuniões, a autoridade adotou um viés mais cauteloso e moderou a magnitude dos cortes.
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